FORNADA: O Pão que a mão humana amassou...
O PÃO é simultaneamente uma epopeia do esforço e uma metáfora da vida. Porém, antes de ambas, é uma REALIDADE tão concreta, que todos, desde o bébé ao velhinho, sabemos milimetricamente o caminho que o leva à boca. E que sabor inconfundível!
Até chegarmos a saboreá-lo, um percurso, misto de amor e sofrimento, tem que ser ritualmente cumprido. Actualmente, de forma mecânica, automática e até autómata. Em épocas passadas, à base do suor do rosto e braçal.
Como era e ainda, bastantes vezes, é feito tal percurso? Eis a minha versão dos passos:
Como era e ainda, bastantes vezes, é feito tal percurso? Eis a minha versão dos passos:
I
A farinha amassada por mãos que sabem
II
A massa pronta a levedar
III
A massa a levedar
IV
Fingir a massa
V
Rojar o Forno
VI
Meter o pão ao forno
VII
A cozer
VIII
Tirar o pão
IX
A repousar e a arrefecer
A farinha amassada por mãos que sabem
II
A massa pronta a levedar
III
A massa a levedar
IV
Fingir a massa
V
Rojar o Forno
VI
Meter o pão ao forno
VII
A cozer
VIII
Tirar o pão
IX
A repousar e a arrefecer
Depois de todos os passos da epopeia, o quotidianamente imprescindível PÃO está pronto para ser comido.
É caso para exclamar, como diz o povo. "AH PÃO, PÃO, POR TI TUDO DÃO"!
E mais expressivo para o actual momento de carteira vazia, o povo também lembra a necessidade de repetir o ciclo: "No final da mesada, lá se vai a fornada"!
É interessante como neste ciclo se juntam tantas histórias de vida, tanta filosofia materialista e idealista, tanto romance e poesia, tanta solidariedade e solidão, tanto poderio econónmico e esclavagismo de miséria! Em qualquer caso, lá bem no fundo de nós, sentimos que não há pão que a mão humana não tenha amassado!
É caso para exclamar, como diz o povo. "AH PÃO, PÃO, POR TI TUDO DÃO"!
E mais expressivo para o actual momento de carteira vazia, o povo também lembra a necessidade de repetir o ciclo: "No final da mesada, lá se vai a fornada"!
É interessante como neste ciclo se juntam tantas histórias de vida, tanta filosofia materialista e idealista, tanto romance e poesia, tanta solidariedade e solidão, tanto poderio econónmico e esclavagismo de miséria! Em qualquer caso, lá bem no fundo de nós, sentimos que não há pão que a mão humana não tenha amassado!
1 Comments:
Estas imagens fizeram-me lembrar os meus tempos de menina em que assistia, a igual tarefa, todas as semanas , na quinta da minha avó.Vem-me à memória o cheiro do pão quente(que comiamos logo, ainda a escaldar,com azeitonas ou bem barrado com manteiga).E era certo e sabido, que nas férias, uma cozedura por semana não chegava.
Sim..porque aquele pão não era nada igual ao que comiamos na cidade.
Belos tempos !! Que saudades!
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