terça-feira, maio 13, 2008

Não à utopia negativa

Rosa Meditativa (S. Dali)




O dia-a-dia de um país, que devia ser alegre, sadio e risonho,
começou a degenerar para a tristeza e decepção imparáveis!
Basta olhar à nossa volta e ver-se-á uma infinidade de miseráveis,
que nada têm e pedem nas esquinas das ruas um pedaço de sonho.

Segurança, emprego, apetência cultural, tudo caminha em declive
num país que podia ser modelo de progresso, juventude e paz!
À deriva anda e vai a vontade das gentes, e por elas nada se faz…
Ficamos no deixa andar, aguentar é preciso, não terei se nunca tive.

Os dias vão decorrendo entre marasmo, ludíbrio e narcose política,
o regresso ao fatalismo sombrio do donsebastianismo é visível,
a anestesia futebolística e o megaprojectismo são a dança fatídica.

Já nem imaginar se consegue a grandeza da frustração colectiva
de um povo que acalentou esperança, riqueza e anseio indizível,
e dificilmente se vislumbram forças vivas contra a utopia negativa!
De ChFer, Livro Utopias Reais, pronto a publicar.