Homens sem nome...

Homens sem nome...


Com eles se faz a história, mas não figuram nela.
São robustos,
Espadaúdos,
Trabalham a terra, desafiando o luar,
A determinação é o seu lema!
E, para homens sem nome, não há casa sem favela,
Não há dia sem existencial dilema,
Até o sol se esconde do seu resoluto olhar.
Onde quer que se encontrem, trabalhem ou vão,
São sempre sem nome,
Esses homens de força, de alma e abnegação,
Esses seres por quem se constrói a lenda,
O traço comum de um povo,
As linhas indeléveis da paz ou da contenda,
Os caracteres inconfundíveis de uma geração.
Homens sem nome,
Os inenarráveis de uma cultura,
Sem vós não há riqueza,
Não há pátria,
Não há alegria nem tristeza,
Não há valentes filhos, não há sofredoras mães,
Sem vós não há inocência ou candura!
Homens sem nome,
Construis palácios, arranhacéus, pontes, mansões,
Mas a história não vos erige o mais humilde dos padrões!
Sem nome nascestes, sem nome ficais no presente e no Além,
E a verdade é que sem vós não há povo, nem poder, nem lei...
Todavia, só vós, homens sem nome, sois tudo não sendo ninguém!