Será que 70.000 pessoas, ou mais, não sabem pensar?
É essencial recordar que o consenso generalizado do pensar humano, em regra, não erra, ainda que casos históricos, antes de natureza científica do que sócio-jurídica, tenham levado a posições erróneas colectivas. No caso dos PROFESSORES, porém, não encontramos a tendência para a sugestão alheia ou auto-sugestão face ao erro, pois constituem uma profissão, comparada com a média profissional, altamente qualificada. Sendo, portanto, pessoas lúcidas, com massa crítica à prova em todas as actividades que realizam, poder-se-á insinuar que os Professores "não sabem o que querem", "não estão esclarecidos", "são arrastados pela pura demagogia", "não compreendem o verdadeiro significado da avaliação docente", expressões com que altos representantes da tutela e sua claque governamentel os querem caracterizar?
Só quem não queira ver, só quem não queira considerar o alto valor da profissão docente para o país, para os nossos filhos, para a preservação do tesouro cultural, é que poderá continuar a apelidar os professores de néscios ou irresponsáveis!
Senhores do vértice estratégico deste país, desçam à base da pirâmide e tornem-se seres reais! Deixem o endeusamento, que serve, na maioria das vezes, para causar a miopia epistemológica ou servir para ocultar os próprios fracassos curriculares ou académicos!
70.000 pessoas, com mais aqueles que não puderam deslocar-se ao palco da indignação, não podem estar erradas. POR FORMAÇÃO E AUTENTICAMENTE ELES SABEM PENSAR! E talvez todo o país comece a acordar e a seguir a onda!
NOTA - Informações posteriores vieram alertar para um total de 100.000 professores que integraram a MARCHA DA INDIGNAÇÃO. Mais de 2/3 dos professores portugueses (Básico e Secundário) participaram!... Do Governo a sempiterna resposta: "os professores estão mal informados do modelo de avaliação e de gestão... bla, blá, blá..."? Será que o sistema não sabe ler os sinais da posição social?