quinta-feira, março 06, 2008

O Chico Paulo



É assim aquele adulto-jovem-menino grande,
sem receios, sem fantasmas, sem sonhos, sem ilusão!
Passeia-se, inocentemente, pelos quatro cantos do lugar.
A um, pede um vintém, a outro oferece uma flor…
Para todo o transeunte, ande por onde ande,
há uma súplica, uma quase pia e fervorosa oração,
pedindo uma ajuda, um olhar, qual fatia de amor:
Eh, tu, dás um euro? É para comer, não para fumar”!
E atrás desta, a outra porta vai bater…
Umas, abrem-se, francas e acolhedoras,
outras, riem-se do maluquinho, a que chamam impertinente,
algumas, falam e afagam o frágil ser,
nenhumas, todavia, são hostis ou agressoras.
Sim, sem o Chico Paulo, a terra fica vazia, muda e dolente!


De FCA, in Utopias Reais, a publicar.