sexta-feira, julho 22, 2005

Também tenho um sonho...

Num barco nascem sonhos que nos transportam às longínquas paragens do ser. Mas será que, no regresso, encontramos um cais, que nos abrigue das desilusões, da dura realidade que nos fustigou na travessia?
Como seríamos felizes, se, à chegada dos nossos projectos, existisse sempre um porto seguro, que nos reanimasse dos nossos fracassos, para empreendermos novas aventuras... E, nestas últimas, seriam protagonistas os conceitos estimulantes, as fantasias salutares, as promessas concretizáveis, a brisa sobre as águas cristalinas do pensamento, o Universo na sua plenitude e beleza! Apenas restaria pedir aos deuses que não nos acordassem do nosso devaneio com a serenidade, a paz, a tolerância e a equidade!
Também tenho um sonho... Que todos os homens venhamos a conquistar esses tesouros!

Os próximos tempos...


Uma incógnita o que aí vem…
Talvez uma natureza morta?
Um ecossistema melhor, com vida reconstruída?
Que será do já próximo amanhã?
Os nossos jovens confiarão em alguém?
Os adultos aceitarão ficar entre a porta
que se fecha sobre a filha da noite parida,
a própria incerteza de uma aurora sã?
Uma incógnita o que aí vem…
Os filhos ainda terão pai?
E para quê filhos sem mãe?
As escolas serão desertas e vazias?
Os hospitais a rebentarem de idosos clientes?
A vida ainda oferecerá raios sorridentes,
se se esvaem o sonho e as alegrias?
Uma incógnita o que aí vem…
Só não será incógnita esta existência,
se os homens pensarem em conjunto o horizonte da realidade,
seja ela física, metafísica ou humana!
Mas não se creia que é fácil fugir à demência
com que as iluminadas mentes decretam a morte e a ambiguidade
do ser de longos anos ou de curta semana!
Há que pensar e agir, disso não duvide alguém,
pois os próximos tempos são incógnita que aí vem!

ChFer - Improvisos da Manhã (pronto a publicar)