domingo, janeiro 08, 2006

Apetência ilimitada do ser

Ninguém pode travar
a jovem mãe na sua ansiedade pelo novo ser
que está crescendo dentro de si!
Como é belo o panorama da intimidade
de um diálogo com o futuro humano!...
Sim, as crianças são o futuro
que vão segurando as espadas ameaçadoras e pendentes
a rebrilhar com o decrépito crepúsculo das gentes…
Como gostaria de dialogar com a simplicidade,
com a apetência ilimitada do ser,
concretizada nos sonhos da infância primeira!
A nossa sociedade envelhece a olhos vistos,
comprovação irrefutável, objectiva e estatística.
Se quisermos que ela se renove e recupere do seu estatismo,
é bom que pensemos na ajuda à família válida, sem esoterismo,
àquela família que gera filhos (e não simplesmente os adopta!),
aos casais que iniciam o seu percurso matrimonial,
onde as carências de toda a ordem existem, todos o sabem…
Não nos horrorizemos apenas com as notícias-choque
de violação de crianças, facto incondicionalmente reprovável…
Mas olhemos também para os infanticídios intra-uterinos,
que acontecem todos os dias, sobre meninas e meninos,
só porque ninguém estende uma mão de apoio, pia e afável,
aos neo-casais ou àquela jovem, vítima social a reboque!
Deixem emergir as protagonistas da apetência ilimitada do ser,
que são as crianças, promissoras da maior riqueza do mundo!
Se elas não emergem, confrontar-nos-emos com a pobreza,
cada dia mais cavada,
cada minuto mais desesperante,
uma escassez desalmada,
sem massa cinzenta e pensante!
Queremos ser ricos, em todas as dimensões?
Deixemos brotar e desenvolver todos os embriões
em que está contida a futuridade, a segurança e a beleza!
ChFer - Utopias Reais